Breaking Bad - Segunda Temporada: YEAH, SCIENCE!

Por Marcelo Ramos

Fonte: Plano Crítico

Lançada em 2010, a segunda temporada de Breaking Bad veio ao mundo já com o sucesso da primeira temporada estabelecido, tanto pela crítica quanto pelo público. Dessa vez com treze episódios, a trama continua com Walter e Jesse Pinkman como protagonistas, com sua venda de drogas cada vez mais estabelecida e perigosa.

É interessante observar que, enquanto a vida "profissional" de Walt fica cada vez maior e melhor, sua vida pessoal desmorona: um abismo se abre entre ele e a família, o motivo pelo qual, aparentemente, Walter começou tudo. Skyler perde cada vez mais a confiança no marido, Walter Jr. fica cada vez mais distante do pai e Walt se vê obrigado a tomar cuidado com o próprio cunhado. Nessas circunstâncias, vemos a relação entre Jesse e o Sr. White se estreitar cada vez mais, como pai e filho, o que resulta em uma relação de qualidade questionável. 

Jesse, nessa temporada, deixa de ser o garoto malandro ajudante de White e passa a ser um dos personagens mais interessantes da série, principalmente com Jane, vivida por Krysten Ritter de forma magnífica. O relacionamento é um dos fios condutores da saga, e a principal motivação de Jesse. É impressionante ver o amadurecimento de Pinkman durante toda a série, mas nessa temporada temos o pontapé inicial para tais mudanças. E Jesse é o personagem que mais sofre com os atos de Walter durante todos os episódios. Vemos algo morrendo lentamente dentro dele, e é doloroso.

A segunda temporada traz, também, a adição de alguns dos melhores personagens da série, como Saul Goodman, Gustavo Fring, Mike Ehrmantraut e a própria Jane Margolis. Apenas Jane tem um papel mais significativo narrativamente, por agora, mas sua participação dita algo que Breaking Bad trabalhou muito bem: o efeito dominó das ações dos personagens, que levam a momentos críticos e decisivos. 

Vince Gilligan consegue nos passar uma narrativa conectada, mas que ao mesmo tempo não é forçada, nos deixando um misto de sentimentos, principalmente nos episódios finais da temporada, em que começamos a questionar os atos de Walter com mais força. Cranston continua genuinamente empenhado em sua atuação e nos entrega um protagonista que caminha por caminhos tortuosos, e que seria inimaginável sem seu maravilhoso trabalho. 

Ademais. a segunda temporada de Breaking Bad é tudo que a primeira foi e ainda mais, de modo que é chover no molhado dizer que a série é maravilhosa.