Magnólia e o acaso (ou sua falta)

Por Marcelo Ramos

Fonte: Cine Set

Magnólia é um filme de Paul Thomas Anderson lançado em 1999. Considerado um dos melhores do diretor, o filme arrecadou críticas extremamente positivas, além de fazer sucesso nas bilheterias e conseguir muitos prêmios no ano de lançamento.

Magnólia conta uma história difícil de ser descrita: possuindo muitos protagonistas, diversas linhas a serem seguidas, ainda mais dramas a serem entendidos, e outros elementos que fazem com que o filme seja uma história absolutamente humana. PTA nos conduz por uma trama que, em um primeiro momento, é desconexa. Como são vários protagonistas, é difícil encontrar algo que os ligue. Parece até um filme com subdivisões, por assim dizer, como Pulp Fiction. É preciso ser paciente até percebermos que tudo ali acontece por um motivo.

Isso pode dificultar, para algumas pessoas, o engajamento com o filme, mas vale a pena esperar, confiar no diretor. O filme começa com uma reflexão sobre o acaso, parte importante do filme. Paul Thomas Anderson nos faz questionar se tudo ali acontece por puro acaso, ou se há um tipo de destino, e eu, sinceramente, não saberia responder. O mais surpreendente é a qualidade com a qual o diretor faz esse questionamento, algo difícil de ser executado.

Eu não sei dizer o que me agradou mais no filme: a direção, a fotografia, as atuações, o roteiro ou a trilha sonora. Tudo é tão lindo, tão maravilhosamente planejado que é difícil escolher. A direção de PTA já é consagrada, visto os grandes filmes que o diretor já fez. Mas ele não deixa de surpreender, em um filme que, como dito, é difícil de ser executado. Os méritos da fotografia também ficam com a equipe técnica da obra: a iluminação é perfeita, as imagens são claras e belas, e, mesmo em espaços fechados ou difíceis de se gravar,  não deixamos de ter takes lindos. 

O elenco é simplesmente genial, todo ele: Tom Cruise, Julianne Moore, Philip Seymour, Melora Walters, John C. Reilly, e muitos outros, nos entregam personagens reais, críveis, falhos e humanos, o que não é nada fácil. Para mim, Tom Cruise e Julianne Moore entregam as melhores atuações de suas carreiras, o que não é pouca coisa.

É claro que as atuações têm a ajuda do roteiro, milimetricamente planejado e bem executado, um marco para o cinema da década de 2000. Mas a trilha sonora não fica atrás: instrumentais e músicas atuais se completam para formar uma trilha emocionante, genial e sem a qual o filme não seria o mesmo.

No final, Magnólia é nada menos que uma obra de arte. Um filme que marcou época e ainda vive sem sofrer qualquer defeito. É simplesmente genial, e coloca PTA entre os maiores diretores de sua geração. 

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