Pelas Estrelas do Céu: Uma grande artista em ascensão
Por Marcelo Ramos
Arte de Mariana Elisa: os personagens do livro |
Pelas Estrelas do Céu é um livro ainda não lançado, o qual tive o prazer de ler antecipadamente. Escrita pela jovem, mas talentosa e promissora escritora Mariana Elisa da Silva Terra, o livro é uma história cativante, passada em um futuro distópico, uma sociedade destruída e uma civilização prestes a ruir. Atualmente, o livro já está pronto, ainda em estágio de produção, e para mais informações, basta entrar em contato com a própria autora, em seu Instagram.
Como dito, a narrativa é extremamente cativante, fluida, divertida, intrigante, tudo que um livro tem direito em questão de histórias. Esta, é contada através de POVs em primeira pessoa, com diversos protagonistas humanos e ainda mais interessantes, um dos pontos altos da obra. Esse estilo meio medieval, meio distópico, com elementos presentes, como armas, remetem à narrativas já conhecidas, como A Rainha Vermelha, A Seleção, Jogos Vorazes e um pouco de As Crônicas de Gelo e Fogo, principalmente em questões de intrigas políticas, e são muitas. Se os personagens são um ponto alto, as tramas políticas são minhas partes favoritas.
Isso porque, mesmo com todas as referências, a autora consegue fazer uma história original, principalmente por conta dos seus personagens e o mundo criado. Existem muitas e muitas mais histórias distópicas que se passam em um universo com temáticas medievais, e cada uma precisa se diferenciar de algum modo, correndo o risco de se tornar enjoativa ou mais do mesmo, mas Pelas estrelas do céu consegue ser diferente justamente pelos personagens, as tramas, o governo, os vilões, enfim, por seus quesitos humanos. Cada um ali tem seus demônios, e é difícil não se identificar com algum personagem, ou lembrar de uma amizade antiga.
É uma história linda, séria, e ainda assim divertida, capaz de emocionar ao mesmo tempo que nos faz rir e bater os pés de ansiedade. É uma obra completa, e extremamente promissora, de uma autora que possui de tudo para ser um grande sucesso no futuro. Mesmo sendo sua primeira obra, apresenta uma linguagem fluida, um modo de escrever extremamente natural e parece ser inerente à ela. Apesar de ainda não ter sido oficialmente lançado, o livro é uma obra de arte que merece ser apreciada por várias e várias pessoas... pelas estrelas do céu.
O mundo que conhecemos não existe mais. Tudo fora apagado.
Liz Valente é uma jovem de vinte anos que vive em 2525, onde, tem sua vida virada de cabeça para baixo, no instante que é levada para o palácio, para ser protegida, a pedido do príncipe, Theodor Arden, que deseja cumprir uma antiga promessa. Em meio a enigmas e desavenças, descobre que possui o direito a herdar o trono do Grande América do Sul, já que sua mãe fazia parte da linhagem real. E por que ela estaria tão perto da coroa? Todos aqueles que detinham o direto, haviam sido assassinados por uma rebelião, que matava nobres e ricos que não agiam de maneira considerada “benevolente”. Ao entrar para este mundo, Liz descobre o lado sombrio da realeza e da corte, que tendem a sempre agir desumana, insensível, para conseguirem seus objetivos.
Felizmente, ela conhece Thomas Eilhart, um jovem professor – que oferecia aulas para crianças pobres, filhos de criados que trabalhavam no palácio – e encarregado sobre pesquisas, que lhe mostra o lado doce da vida, ao somar pilhas de livros com muito café. Junto a ele, Robin Meira, uma duquesa fora dos padrões, Michael Torres, o secretário do príncipe e Naomi Kim, uma escritora de peças de teatros, se juntam, criando um grupo de desajustados que enfrentam as dores de estar entre aquelas paredes.
Em meio a conflitos amorosos, segredos cruéis, guerras civis, vinganças e confrontos entre as fronteiras do Norte e Sul, Liz descobre o melhor lado de si mesma junto aos cinco amigos, depositando fé, em um futuro melhor para sua nação, e vingando aqueles que foram esquecidos pelos corações gélidos.
Pelas estrelas do céu é o primeiro volume de uma obra literária que abrange vários aspectos nocivos de uma sociedade, que podemos reconhecer em nossos cotidianos, e que mesmo quinhentos anos depois, resistem em existir com toda força.
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