Shadow Of The Colossus Remake e a graça em fazer muito com pouco

Por Marcelo Ramos
Fonte: CanalTech

Shadow Of The Colossus é um jogo lançado em 2005, para Playstation 2, criado por Fumito Ueda. O jogo recebeu versões para PS3 e um remake para PS4, em 2018. Sendo um exclusivo para Playstation, o jogo fez um enorme sucesso entre público e crítica, sendo querido e amado por muitos, e uma das obras mais conhecidas do PS2. Aqui, será analisado o Remake, que tem mecânicas muito parecidas com o original.

Como dito, Shadow Of The Colossus Remake mantém muito do original, inclusive a história. Jogamos como Wander, um rapaz que quer reviver uma garota chamada Mono, que foi sacrificada por, aparentemente, ter um destino amaldiçoado. Em busca de algo que possa ajudá-lo, Wander vai às chamadas Terras Proibidas, onde uma criatura chamada de Dormin vive, e oferece atender ao pedido do protagonista se ele fizer uma tarefa: matar os dezesseis Colossus, os guardiões daquela terra, usando uma espada roubada por Wander, antes de entrar nas Terras. Não se sabe muito mais respeito da história anterior, ou mesmo posterior, ao arco do jogo, e acompanhamos Wander por sua longa jornada. 

O jogo é um tanto quanto minimalista: o mundo aberto é enorme, mas propositalmente vazio, nos dando um sentimento grande de solidão contemplativa. Não há NPCs, diálogos desnecessários, criaturas para derrotar, além dos Colossus. Somos só Wander e sua égua, Agro, que é uma personagem de destaque, com personalidade própria, controles meio desengonçados, respostas meio lentas, tudo feito com o objetivo de fazê-la parecer um animal palpável, muito além de uma montaria. E funciona, é difícil não se cativar por ela, entre trancos e barrancos. Mas além dos dois personagens, não há muito mais no mundo, a não ser os Colossus. No Remake, ainda, colocaram coletáveis, espalhados pelo mapa, mas não há missões secundárias, easter eggs, segredos, uma tonelada de coisas na tela. Apenas planícies a serem cavalgadas e atravessadas. E funciona, por mais estranho que pareça. Ajuda-nos a entrar no clima taciturno da história, a refletir se realmente estamos fazendo o certo. 

Quanto aos quesitos técnicos, o Remake é impecável. Possui gráficos lindos, muito bem trabalhados, que tornam  jogo ainda melhor. A trilha sonora também é perfeita, com um tom épico, as músicas são precisamente colocadas nas batalhas, e nos dão um sentimento de grandeza. Há, claro, falhas: os controles são difíceis, há bugs não consertados, e Agro continua meio rebelde, o que não agradou ao público, mas não me incomodou. 

E, é claro, os Colossus. Os Colossus são o atrativo do jogo. Cada um rende uma batalha épica, satisfatória, não tão difícil a ponto de fazer o jogador querer quebrar o controle, mas não tão fáceis a ponto de deixarem de ser épicas. Matar os guardiões é uma tarefa difícil, mas mais por conta do sentimento humano por trás. São seres que não temos prazer em matar, e isso foi um dos fatores mais geniais do jogo, por transmite exatamente o que Wander devia estar sentindo. 

Ademais, Shadow Of The Colossus é uma obra prima, um dos melhores jogos já feitos, em minha humilde opinião, e um dos meus favoritos. Vale cada minuto, cada batalha, sendo uma experiência bem diferente daquela a qual estamos acostumados nos videogames. 

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