Breaking Bad - 4ª Temporada: Eu não estou em perigo, eu sou o perigo

Por Marcelo Ramos

Fonte: Cinéfilo em Série

A 4ª temporada de Breaking Bad foi lançada em 2011,com 13 episódios, todos com pouco menos de 50 minutos, mais ou menos, e sob o comando de Vince Gilligan. Temos o elenco genial mantido, e a série segue estrelada por Cranston, Aaron Paul, Anna Gunn, Bob Odenkirk e outros gênios da atuação. 

Partindo exatamente do ponto em que havíamos parado, com o chocante final do ano anterior, e já recebemos um tapa na cara gigantesco logo no primeiro episódio: vemos que Gus não está para brincadeira já neste episódio, que o homem de negócios é bem mais do que aparenta. Estes momentos iniciais ditam muito do que virá em uma das melhores temporadas, para não dizer a melhor temporada da série. 

Na quarta temporada, vemos os laços entre Walter e Gus irem lentamente se desgastando, matando qualquer chance de uma aliança estável entre os dois. Por outro lado, Jesse, abalado pelos eventos das duas últimas temporadas e sofrendo de formas que meu Deus do céu, são indescritíveis, também começa a se distanciar do mentor que, apenas uma temporada antes, via o rapaz como um filho (e, convenhamos, não sem motivos válidos), e começar a se aproximar de Gus e Mike, em uma aliança pouco provável. 

E falando no diabo (em um deles), Gus, nessa temporada, está magnífico. Conhecemos mais sobre o vilão, vemos mais sobre sua origem e motivações, entendemos sua mente. As cenas nas quais assistimos partes de seu passado são simplesmente incríveis, e nos mostram que ele é mais humano do que aparenta. Tal evolução nos encaminha para os momentos mais decisivos dessa temporada, com um jogo de gato e rato entre o chefão das drogas e seu cozinheiro, enquanto se torna uma ameaça para o outro. 

Quanto a Walter, a quarta temporada é um ponto de virada no arco do protagonista: Walter deixa praticamente de lado o manto de pai que busca dinheiro para a família, que faz tudo por amor, e começa a vestir suas roupas de O grande vilão dessa história. Deixa de estar em perigo e começa a se tornar o perigo. Chegamos em um momento da temporada no qual temos que parar para respirar, porque é uma jornada aterradora. Nos momentos finais, já não sabemos o que vai acontecer, porque tudo parece estar indo por um rumo indescritivelmente imprevisível. É até difícil explicar. Um homem que dizia fazer tudo pela família chegar ao ponto de encomendar e planejar assassinatos, este é o protagonista da série. 

É claro que as tramas dos demais personagens continuam magníficas: Skyler ganha cada vez mais destaque tendo que começar a ajudar Walter, para salvar a família do homem que quer salvar a família; Hank fica cada vez mais próximo de Heisenberg, Jesse começa a ser questionado sobre que lado escolher. Todas essas tramas vão caminhando para um final tão bem construído, tão poeticamente construído, que sofremos um abalo emocional com a última cena, a última peça, a gota que trasborda o copo. E que gota, meus amigos, que gota.





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