Breaking Bad - Terceira Temporada: RUN!

Por Marcelo Ramos

Fonte: Plano Crítico 

ATENÇÃO! HÁ SPOILERS DA TEMPORADA ABAIXO!

Lançada em 2011, a terceira temporada de Breaking Bad veio com um papel ainda mais difícil que a segunda: superar a qualidade do ano anterior e dar continuidade a uma história que fez um sucesso estrondoso, colocando a série de vez nos holofotes. E ela conseguiu. Ainda com Vince Gilligan no comando, e o elenco genial, o terceiro ano da série é um dos melhores, e mais assustadores.

Walter está cada vez mais emaranhado no mundo do crime e do tráfico. E com os eventos chocantes do final da segunda temporada, é cada vez mais difícil imaginar um caminho de volta. A magnitude dos eventos cresce de uma maneira absurda, porém muito bem feita, nos levando de uma forma calma, mas ao mesmo tempo tensa aos eventos posteriores. Se Walt estava com os laço cada vez mais difíceis com a família, dessa vez, as relações são ainda mais distantes. Skyler descobre o "empreendimento" do marido, e dá início ao processo do divórcio, Walter Jr. fica cada vez mais distante,  e Hank é um perigo constante para o protagonista. Importante notar que, lá nos meados da temporada, viradas importantes acontecem, como o conflito contra os primos de Tuco, que tornam Hank ainda mais traumatizado, além de tetraplégico, e leva Skyler a começar a ajudar o marido com as finanças para pagar o tratamento do policial. Mas não é só isso, já que vemos que Hank começava a desenvolver uma certa obsessão pelo caso de Heisenberg, o que nos levou a situações dramáticas, assustadoras, tristes, tensas, para não dizer mais, como o fantástico episódio 6, Ao Pôr do Sol. 

Já no lado profissional, Walt faz um sucesso tremendo, vendo a relação com Gus evoluir e dar-lhe cada vez mais poder. Walter começa a trabalhar no laboratório do empresário, ao lado de Gale, um simpático fã e químico, mas se vê em perigo quando os primos de Tuco começam a persegui-lo. Todos os eventos citados acima, levam Walter a trazer Jesse de volta ao negócio, e o rapaz aceita. E falando em Jesse, se na temporada anterior, o personagem trouxe uma evolução fantástica, na terceira seu arco é ainda melhor. Jesse cresce durante a jornada, e vemos um lado que não havíamos visto antes, um lado traumatizado ainda mais pela morte de Jane. Nesse quesito, o personagem nem parece aquele que conhecemos, transmitindo um olhar de dor que Aaron Paul conseguiu com maestria. Sua atuação é de cair o queixo mais uma vez. Devia ser um elogio, de tão boa. 

Neste ano, também vemos um lado mais inescrupuloso de Walter, manipulador, sem medo de fazer o que tem de fazer. É assustador, visto que o personagem era visto como relutante em matar, na primeira temporada, e aqui, Walt não vê problema em fazê-lo (ou mandar outros fazerem). Toda essa mudança nos leva a um dos melhores episódios da série: o controverso A Mosca (episódio 10), que é focado exclusivamente nos dois protagonistas, e desagradou boa parte do público, por ser uma pausa bem grande em tudo que vinha acontecendo. Porém, o episódio brilha justamente por manter a qualidade em um momento tão difícil. As atuações são perfeitas, a direção é diferente de tudo que a televisão pode apresentar, enfim, é um episódio que, apesar de dividir os fãs, consegue nos entregar um dos melhores momentos da série em si. 

Ademais, a terceira temporada mantém toda a primazia das anteriores, e é maravilhosa do início ao fim. É ambiciosa, assustadora, absurdamente linda, emocionante, enfim, quase tem os 100% de pureza de uma certa droga azul.

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